Custos podem pesar no bolso e precisar ser considerados com antecedência para evitar imprevistos no orçamento
O início de cada ano costuma trazer uma série de obrigações para os proprietários de veículos. Entre elas, três se destacam pelo impacto direto nas finanças pessoais: o pagamento do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), o licenciamento anual e a renovação ou contratação de seguros.
Ainda que muitas dessas despesas sejam recorrentes, nem todos os motoristas as incluem no planejamento financeiro com a devida antecedência, o que pode gerar desequilíbrios no orçamento familiar.
Custos previsíveis
De forma geral, os custos fixos associados a um veículo vão além do abastecimento e da manutenção periódica. O IPVA, cobrado pelos estados, varia de acordo com a alíquota aplicada e o valor venal do veículo, geralmente baseado na Tabela Fipe.
Já o licenciamento é um tributo obrigatório de natureza estadual, com valor fixo, e deve ser pago para que o veículo esteja apto a circular legalmente. O seguro, por sua vez, pode ter valor bastante variável, dependendo do perfil do condutor, da região onde o veículo circula e do tipo de cobertura contratada.
Compreender esses encargos como parte do custo total de propriedade do veículo é o primeiro passo para um planejamento mais equilibrado. É indicado que o motorista se antecipe e distribua esses valores ao longo do ano, por meio de uma reserva mensal. Dessa forma, evita-se o acúmulo de dívidas ou a necessidade de recorrer a financiamentos ou parcelamentos com juros elevados.
Como se organizar?
O IPVA, por exemplo, é geralmente cobrado entre janeiro e março, dependendo do estado. Alguns oferecem desconto para pagamento à vista ou opções de parcelamento. No entanto, mesmo com a possibilidade de dividir o valor em até cinco vezes, o ideal é estar preparado para quitá-lo sem comprometer outras despesas. Estimar esse valor com base na Tabela Fipe do veículo e aplicar a alíquota vigente é uma forma simples de projetar o gasto e começar a reserva com antecedência.
No caso do licenciamento, embora o valor seja mais acessível, o pagamento em atraso impede a emissão do documento e pode acarretar multa e apreensão do veículo. Em muitos estados, ele é cobrado em datas específicas conforme o final da placa do carro.
Incluir esse custo no planejamento anual evita surpresas desagradáveis e mantém o veículo regularizado. Por exemplo, ao pagar a taxa deste ano, já é válido considerar juntar um valor para pagar o licenciamento de 2026.
Já o seguro veicular é um dos itens mais variáveis, mas também dos mais importantes. Além da cobertura contra roubo e acidentes, muitas apólices oferecem serviços adicionais como guincho, carro reserva e assistência 24 horas.
Para economizar, é recomendável pesquisar cotações com diferentes seguradoras, além de avaliar franquias, coberturas e benefícios. A renovação da apólice deve ser incluída no planejamento anual, considerando que o pagamento pode ser feito à vista ou parcelado, sendo comum que o pagamento integral ofereça melhores condições.
Outra sugestão prática é utilizar planilhas ou aplicativos de finanças pessoais para registrar e acompanhar essas despesas. Com uma visão clara dos gastos programados, o motorista pode tomar decisões mais informadas, como adiar a troca de veículo, renegociar o seguro ou ajustar outras categorias do orçamento.
Considere imprevistos no planejamento
É importante lembrar ainda que imprevistos podem ocorrer, como multas, consertos emergenciais ou até variações no preço dos combustíveis. Portanto, além dos custos obrigatórios como IPVA, licenciamento e seguro, é prudente manter uma margem de reserva para essas situações.
Ao considerar todos os encargos anuais na hora de planejar as finanças, o proprietário não apenas evita surpresas como também ganha autonomia para decidir com mais tranquilidade sobre o uso, a troca ou a manutenção do seu carro. Mais do que uma obrigação, organizar essas despesas é um exercício de responsabilidade financeira que contribui para um cotidiano mais previsível e seguro.